27 de maio de 2013

DE QUE PATRIOTISMO VOCÊ ESTÁ FALANDO, CARA-PÁLIDA?


Num belo dia lá estava eu, tranqüilo e acompanhado de um amigo em uma lanchonete, até que durante a conversa eu digo que me recuso a torcer pela Seleção Brasileira de Futebol e o outro me criticando porque se deve ter amor a nossa pátria, tem que honrar a bandeira nacional, e eu nasci aqui, e que deveríamos ser muito patriotas. Ah... Quantas vezes já não ouvi isso... "Seja patriota"....Amigos 'patriotas', que adoram reclamar quando algum brasileiro se nega a torcer pela seleção de vocês: eu apenas gostaria de saber quantos de vocês realmente lutam pela melhoria do Brasil. Imagino que vocês todos sejam exemplos de cidadãos bem informados e bem educados. Imagino que vocês entendam sobre as nossas condições ridículas em saúde, educação, transporte, etc. Se sabem da importância dessas coisas, imagino que percebam que estão exercendo seu patriotismo de forma errada, pois torcer contra as tantas seleções que virão disputar a Copa de 2014 não vai melhorar em nada o nosso país. 
Nunca morei em nenhum outro país, portanto não sei como é o "amor pela pátria" por lá, mas aqui, no Brasil, as pessoas têm o costume de se acharem patriotas ao extremo, mas, na maioria dos casos, não passa de pura hipocrisia. Por quê? Simples, se você se acha patriota só por torcer fervorosamente para uma seleção esportiva, parabéns! Zeus está lá no Olimpo rindo às suas custas enquanto você acaba de declarar no Facebook que o Brasil é uma porcaria e você sonha morar em Paris. Dizem que temos que valorizar os "pertences" do Brasil, mas falam que os portugueses que descobriram esse país. Chama a comida daqui de gororoba, mas adora comer um hot-dog quando a fome aperta. Ouve música num MP3. Acessa o Orkut e o Facebook, entre outras redes sociais criadas por americanos. Elogia a comercialização dos produtos com mão de obra brasileira, mas só compra produto importado. Claro, não estou dizendo pra você começar a usar só produtos brasileiros e que é proibido criticar o país, mas, pelo menos, pare de se achar patriota só porque você gosta de futebol. 
Claro, não vejo problema nenhum em as pessoas quererem visitar lugares novos, sair um pouco da rotina, conhecer novas pessoas etc. O problema é ver alguns desses indivíduos criticando tudo que tem no Brasil quando estão fora. "O Brasil não é limpo assim, lá as coisas são tudo desorganizadas..." Claro! Você não mexe uma palha da cadeira pra jogar esse lixo na lixeira, prefere jogar na rua, e aí quando dá uma enchente, a culpa é sempre do prefeito, do vereador, do presidente, de não-sei-mais-quem ...Né, patriota? Não, não sou patriota, nem odeio o meu país. Não iria a uma guerra pra defender o Brasil, nunca gostei da seleção futebolística desse país (e jamais vou gostar, pois pra mim ela não fede e muito menos cheira), mas também não sonho em me mudar desse país pra sempre e não fico jogando lixo pela cidade. Acha-se "o" patriota? Bom, pare de sujar o país, deixe o "jeitinho brasileiro" de lado, não pense que futebol é tudo. Assim, quem sabe, as pessoas não começam a "respeitar" esse seu "patriotismo". 
Entendam de uma vez por todas que patriotismo não tem nada a ver com futebol, sendo assim a Argentina, o Japão ou qualquer outro time que por acaso venha a enfrentar o Brasil nesse torneio não são os vilões, enquanto há um monte de coisas que realmente ocorrem no Brasil, ou seja, problemas do nosso país que muitos preferem ignorar e fingir que não existem. Os vilões são nossos políticos. Eles sim, lesam nossa pátria com seus desvios de verbas públicas, seus salários estratosféricos e seu descaso com as necessidades da população. Nenhuma das seleções que virão jogar contra o Brasil nunca lesou esta nação! Os verdadeiros inimigos da pátria foram eleitos por vocês, e estão ocupando cargos públicos importantes. 
Ser patriota é lutar contra desigualdade social e corrupção,prestar mais atenção na hora de votar, ou seja ajudar seu país a se tornar melhor para todos os habitantes, e não torcer pela suposta seleção brasileira, que todo mundo acha que representa o povo, mas na verdade, representam mesmo é o bolso deles. Caso vocês saibam ler, procurem a definição de 'patriotismo' no dicionário, e se acharem o verbo 'torcer' nessa definição, é melhor trocarem de dicionário. Quer ser patriota? Proteste contra o aumento das passagens de ônibus! Proteste contra a miséria! Proteste contra as enchentes que ocorrem todos os anos por falta de infraestrutura urbana! Não me diga para quem torcer, ou não torcer. Isso é problema meu, e não tem nada relacionado a patriotismo. Tenho o direito de torcer para a seleção argentina, russa, japonesa, inglesa ou norte-americana, e também o direito de não torcer, se assim eu desejar.

1 de abril de 2013

Deus Existe - Novo Paradigma Para as Esquerdas


              
"Acredito em Deus, e especialmente em Cristo, que considero o maior revolucionário da história, e o socialismo que defenderemos na Venezuela será um socialismo cristão".

Essa é mais uma das recentes citações que o saudoso presidente venezuelano Hugo Chávez fez acerca de sua política. Solidifica-se assim, o novo caráter do socialismo latino-americano no século XXI. Porém, em muitas correntes de esquerda o preconceito se perpetua e volta àquela velha polêmica: não é a religião o ópio do povo?
            Antes de assestar o âmago da questão é importante deixar claro que socialismo e comunismo não são sinônimos de marxismo, tampouco de marxismo-leninismo. Embora estes muitas vezes se confundam, são apenas vertentes e não a totalidade do significado dessas palavras.
            Movimentos socialistas e comunistas (embora anteriores ao termo no sentido atual), com bastante repercussão, são anteriores a Marx. A origem da partilha, da divisão comum da propriedade (comunismo), está intrinsecamente ligada à religião. Inclusive, durante o século XVII, os grupos mais radicais da Inglaterra, utilizaram as escrituras bíblicas para fazer a Revolução.
            Claro que isso não significa dizer que os teístas são obrigatoriamente revolucionários. Todos já ouviram falar, de alguma forma, dos caminhos nefastos percorridos por diversas instituições religiosas. Porém, existe um abismo entre a prática religiosa vinda das elites e as suas origens populares.
            Não se precisa ser nenhum exegeta bíblico para observar que os evangelhos de Mateus, Lucas, Marcos e João dão espaço fundamental ao relacionamento com os excluídos. Deus, enquanto homem (e não um poder mágico que vem dos céus), é aquele que cura e liberta. As escrituras bíblicas apontam que Jesus acompanhava e era solidário aos mais abandonados da sociedade de sua época: cegos, mudos, surdos, prostitutas e, até mesmo, leprosos (é importantíssimo citar que estes eram obrigatoriamente isolados na sociedade antiga, sendo proibido qualquer tipo de contato com eles). Ao mesmo tempo, fazia críticas severas a elite, indignava-se com os doutores da lei e fariseus. Quando um jovem rico lhe dirigiu a palavra (Mt19,16-22) em busca da perfeição, Jesus falou para que partilhasse todas as riquezas com os pobres.
            Oras, se o cristianismo pode ter uma interpretação tão revolucionária assim o que levou Marx a cunhar na obra “Uma Contribuição à Crítica da Filosofia do Direito de Hegel” a máxima: “A religião é ópio do povo”?
É importante compreender que conforme o Evangelho foi assimilado pelas elites econômicas e políticas, ainda na antiguidade, foi esvaziado de sua conotação mais popular. A Idade Média edificou o cristianismo como forma de justificar a servidão camponesa e, através do tempo, serviu para arrefecer os breus populares diante da opressão elitista. A Bíblia só incendiaria novamente o povo, após Martin Lutero traduzi-la pela primeira vez.
Entretanto, mais uma vez, as elites econômicas adaptaram o cristianismo aos seus moldes. Figuras como Calvino utilizaram da livre interpretação para justificar os lucros, os ganhos individuais, a acumulação de capital. O povo, de novo, passou a condição de simples acessório diante das interpretações religiosas.
Foi em uma época na qual a religião atendeu predominantemente os interesses burgueses que Marx lançou sua máxima, recitada fora do contexto, a três por quatro, por papagaios-políticos. Estava pronto mais um motivo para os inúmeros rachas da esquerda. Religiosos passaram a não ser bem-vindos em diversos partidos comunistas e chegaram a sofrer perseguições.
Cria-se o impasse. Em plena era capitalista afirma-se que política e religião são incompatíveis, um prato cheio para as altas classes. Comunistas passam a ser generalizados como ateus que querem atacar qualquer costume religioso (muitos destes, por tolos que são, passam até a gostar deste rótulo), tenta-se transformar Jesus em simples curandeiro e guia espiritual, a Bíblia vira livro de auto-ajuda e os bancos das igrejas convertem-se em verdadeiros divãs.
Não se pode esconder do povo que tudo o que os seres humanos fazem está repleto de conotação política. Não existe mulher ou homem apolítico ou imparcial. Para continuar dentro da temática bíblica, pode-se citar como grande exemplo de “imparcialidade” Pôncio Pilatos, que ao lavar as mãos, contribuiu para a condenação de Cristo. Ou seja, enquanto pessoas dentro das igrejas afirmarem que religião nada tem a ver com política continuarão sendo títeres nas mãos das elites locais. Já os militantes marxistas que se recusam a conviver com religiosos, permitem que as elites façam bom uso deles... a direita agradece.
É consenso popular, hoje em dia, que política, partido e Estado não podem ser confessionais. Várias e justas são as críticas aos pastores que se elegem não pelo bom caráter e pelo trabalho em prol do povo e sim pelos currais políticos que possuem em suas igrejas. Porém, é erro também, o confessionalismo às avessas: partidos e instituições que proíbem a entrada de membros com crenças espirituais, instalando o ateísmo como espécie de nova e totalitária “religião”. Coube a esquerda latino-americana reparar esse erro. Fidel Castro percebeu o equívoco e aboliu as regras instaladas pelo PCUS, a partir daí, fez das instituições cubanas locais de livre circulação para teístas e ateístas.
Um fato inegável em favor do cristianismo é sua resistência através do tempo, surgiu na Antiguidade e teve capacidade de adaptação até a Idade Contemporânea. A América Latina é uma das regiões mais cristãs do mundo. A espiritualidade está entranhada na cultura popular. Converte-se em um grande ato de etnocentrismo, grupos marxistas quererem mudar esses traços culturais por afirmarem que a verdade é o ateísmo.
Não só existe o que é material. Deus existe, não como um móvel, um meio de transporte, um acidente geográfico, porém como parte essencial do povo. Independente de se acreditar ou não em sua existência enquanto Deus-criador, não se deve negar, ao menos, sua existência no imaginário popular e como sustentáculo do povo nas horas difíceis e de agradecimento.
Quanto mais negam Deus, mais ele existe. A luta da esquerda carrancuda para exterminar traços da cultura popular só serve para deixá-los cada vez mais forte. Não se nega algo que não existe, se Deus é negado, logo ele existe. Alguém já viu algum movimento que nega as chironstufinas? Não, pois elas não existem nem no plano material, nem no plano das idéias, logo não são negadas. O ateísmo-político só tem servido para afastar cada vez mais o povo das lideranças políticas de esquerda.
É tão equivocado afirmar que a religião afasta da luta social que só usa esse argumento as pessoas que não têm o devido conhecimento da História ou que querem manipular a população instalando a sua opinião como a única correta. Não é a religião que tira a combatividade das pessoas, mas sim a forma como ela é pregada. Senão, como explicar a existência de: Gerrard Winstanley (líder do movimento cristão Digger), Miguel Hidalgo e José Maria Marelos (padres que lideraram a independência do México), Dietrich Bonhoeffer (teólogo protestante que tentou assassinar Hitler), Dom Oscar Romero (padre que lutou junto ao povo de El Salvador), Malcolm X (líder mulçumano e anti-racista), Luther King (pastor protestante e líder anti-racista), Camilo Torres (padre integrante do ELN colombiano), Frei Tito (frei dominicano perseguido pela Ditadura Militar), Dom Pedro Casaldáliga (grande religioso de origem catalã que dedicou sua vida às populações agrárias) etc. etc. etc. Isso para citar apenas os que têm uma ligação direta com as instituições religiosas e não os teístas de uma forma geral.
O século XX foi de aprendizado para as esquerdas. A necessidade agora é de lançar novas estratégias para o século XXI. Com o advento de lideranças como Hugo Chávez, uma esquerda mais versátil e popular será construída. O século passado, infelizmente, não foi de superação do capitalismo, mas, ao menos, tem que ter sido de superação do arcaísmo e do preconceito da esquerda.
 A maioria esmagadora da população mundial é teísta. Porém, os tipos de credos são extremamente diversificados. A democracia ocidental buscou defender a pluralidade e definiu que o Estado deve ser laico, respeitando a todos igualitariamente, independente do posicionamento religioso (embora na prática nem sempre este princípio funcione). Não foi fácil conseguir separar Estado e religião. Trabalhadores, estudantes, intelectuais sofreram perseguições ao longo de todo este processo. Sabe-se que a igualdade social, sempre foi bandeira da esquerda. Ora, muito nos surpreende então que exista uma parcela autoritária dentro da dita esquerda que afirme: o Estado deve exercer um confessionalismo às avessas, tornar-se ateu! É preciso que abramos os olhos, pois, ao nosso redor estão lobos fantasiados de ovelhas, dizem que falam em nome da liberdade, mas na verdade querem tornar-nos prisioneiros de um Estado autoritário.
            Os esquerdistas carrancudos, nada dialéticos e muito dogmáticos, não se atualizam com o passar dos anos. Preferem gritar chavões e frases de épocas passadas. Gostam de dizer: “O primeiro requisito da felicidade dos povos é a abolição da religião.”, mas estão longe de se deparar com a complexidade que é estudar o fenômeno religioso. Entregam-se ao pensamento simplista: “religião é ruim, então vamos destruí-la”, sem qualquer argumentação e reflexão própria. Ou seja, são meros parasitas, inatualizáveis, do passado.
            Enquanto vários religiosos estudam a filosofia marxista, o movimento inverso pouco acontece. Raros são os marxistas que analisam a filosofia cristã. Porém, a união entre as duas correntes ainda está em construção e já rendeu bons frutos à América Latina. Pode-se exemplificar citando o guerrilheiro urbano Carlos Marighella, o qual apoiou-se em freis dominicanos; e a guerrilha nicaragüense, que eliminou a ditadura dos Somoza graças à união entre marxistas e cristãos.
            As bases éticas de nossa sociedade, inclusive da esquerda, gostem ou não alguns militontos, são religiosas, majoritariamente cristãs. Os princípios fraternos e a opção pelos pobres se popularizaram através do cristianismo. Atuais certezas constitucionais como a punição ao homicídio e ao roubo existem, também, graças às religiões. Ou seja, religião é algo além da adoração a um ser desconhecido, ao impossível, é um conjunto de normas éticas de convívio social, de respeito ao próximo e de serviço em sociedade. Religião é um fenômeno social extremamente complexo, que visa, como aponta o origem semântica da palavra, religar o ser humano a Deus. Mas, o que é Deus?
            Para responder não interessa agora fazer uso de definições de minorias populacionais. Ou seja, não importa se os bispos católicos acham que Deus é um ser barbudo sentado em um trono ou se alguns militantes acham que é mero instrumento de dominação e alienação. Interessa, para definir, o que a maioria da população pensa sobre o assunto. Toda vez que populares oram, rezam ou se referem a Deus de alguma forma definem-no como: pai, amor, poderoso, criador, companheiro, protetor, salvador, libertador. Ou seja, cada um pode ver Deus a sua forma, mas existe um consenso na mentalidade popular que Deus quer dar amor, proteção, fraternidade, além de salvar e libertar o povo. Não existe uma convicção se Deus usa roupa branca, tem voz de trovão, barba comprida, porém o senso comum aponta que ele traz o bem e o amor à população e quer ver seu povo livre de todo o mal. Quando a esquerda marxista diz que não acredita em Deus, que a religião deve acabar, o povo entende que querem pôr fim a sua chance de religar-se ao amor, à fraternidade, justamente porque os intelectuais de esquerda, na maioria das vezes, não falam nem entendem a língua da população, apenas entendem a linguagem dos meios acadêmicos.
            Incontáveis vezes a esquerda deixa a luta de classes em segundo plano para priorizar a censura ao pensamento religioso e, no mais insano dos surtos, alguns ditos marxistas perdem tempo tentando provar cientificamente a inexistência de um deus. Porém, mesmo que fosse possível provar tal inexistência isso em nada mudaria os religiosos, pois suas crenças não são movidas pelo racionalismo e sim por fé. A Bíblia define muito bem: “A fé é um modo de já possuir aquilo que se espera, é um meio de conhecer realidades que não se vêem.” (Hebreus11,1)
            Diante desta afirmação, um espanto: marxistas e cristãos possuem novamente algo em comum, a fé, negada arduamente por alguns esquerdistas. O que é o comunismo se não uma realidade que não se vê? Por mais que Marx esteja acompanhado, em muitas afirmativas, pelo embasamento científico, sua esquemática de superação do capitalismo, nada mais é do que filosofia e, por que não, fé? Para que o comunismo de Marx torne-se uma ciência lhe falta existir, concretizar-se e, até hoje, nenhuma sociedade atingiu tal estágio de desenvolvimento.
            Se o problema não é Deus, não é a fé, quem a esquerda vai culpar pela alienação dos religiosos? Claro, a Igreja!
            A igreja enquanto instituição tem se mostrado através do tempo como um instrumento realmente conservador, porém sabe-se que desde a Idade Média esta tem perdido espaço no governo e, atualmente, está bastante fragmentada. Porém, existe outro conceito de igreja. Segundo a Bíblia somos nós o templo do Espírito, ou seja, os homens não precisam seguir a ditadura das instituições. Igreja é qualquer local onde existam pessoas seguindo os caminhos de Cristo, ora reunidas em uma casa, ora nas ruas ou em um movimento social. O que se incutiu na população foi uma interpretação equivocada do termo, a qual sustenta muitas empresas altamente lucrativas, mascaradas de templos de Deus.
            Porém, interpreta-se a história de forma equivocada se vitimizamos sempre os que seguem e sustentam as mega-instituições religiosas. As pessoas têm certas liberdades de ir e vir, além disso, atualmente, podem escolher entre milhares de igrejas que existem. Ou seja, se acharmos que todos estão na igreja porque são alienados, tiramos o papel dos seres humanos de sujeitos históricos. Muitas pessoas estão nas igrejas porque acham proveitoso e recebem o que esperam, independente de isso ser bom ou ruim para a sociedade como um todo.
            É interessante observar que os capitalistas têm a capacidade incrível de absorver de tudo, desde imagens do Che Guevara, até o discurso e as instituições religiosas. Enquanto isso, muitos militantes marxistas preferem transformar as obras de Marx em uma nova Bíblia.  
Um exemplo de capitalista que tem tirado proveito na adaptação do discurso religioso é James Hunter, autor do best-seller O Monge e o Executivo. Nele, Hunter propõe uma nova organização das empresas, baseada no serviço cristão. Ou seja, os patrões deveriam atender certas necessidades dos empregados para serem bem servidos por estes. Isso nada mais é do que uma negação da luta entre capital e trabalho e banalização do serviço cristão. Hunter afirma que o patrão deve servir como Cristo para alcançar a retribuição do funcionário. Se isso não ocorrer o funcionário deve se dirigir a outra empresa em busca de melhores condições. O livro mostra um total desconhecimento da realidade dos países vítimas do neoliberalismo e mesmo da periferia dos Estados Unidos da América. O sucesso de empresas como o Mcdonald’s está longe de seguir esta fórmula. Além disso, o autor distorce os padrões evangélicos, como se Cristo tivesse vindo para realizar serviços de qualquer tipo a qualquer um. Perguntemos: Cristo passava o dia realizando milagres para o imperador Romano buscando uma boa convivência social? Passava o dia transformando água em vinho para os fariseus obterem um maior lucro nas feiras? Não, cristo veio para servir os pequenos sem que isso beneficiasse as camadas dominantes da população, essa é a filosofia cristã distorcida pelo best-seller. A vivência da luta junto aos excluídos converte-se em uma luta junto ao empresariado, dando apenas certos benefícios ao povo.
Os marxistas possuem suas verdades. Os cristãos também. Não existem verdades mais verdadeiras, nem melhores, nem piores. O que existem são diferentes pontos de vista, diferentes interpretações dos fatos e da sociedade. Ambos possuem verdades em comum: a destruição do capital como ídolo, uma sociedade fraterna, o fim da exploração do homem pelo homem, a construção de um mundo de paz. A união entre os dois grupos pode ser conseguida desde que o etnocentrismo vigente nos dois campos fique de lado para seguir por um caminho comum que leva a um novo mundo possível.



30 de outubro de 2012

FUTEBOL: FC Sankt Pauli, Parabéns pelo Retorno!


A galera aqui do Boteco do Valente faz toda questão de parabenizar o FC Sankt Pauli pelo retorno a elite do futebol alemão, mas vamos contar essa história, pois agora, em seu ano de centenário, o St. Pauli conseguiu no último dia 8, o acesso a Bundesliga, primeira divisão do Campeonato Alemão, da qual ficou fora desde a temporada de 2001/2002.
Um clube de futebol cujo assessor de imprensa é relacionado para um jogo de primeira divisão. Seu ex-presidente é assumidamente gay. Uma torcida que se declara contra o racismo, fascismo e sexismo. Um uniforme que leva o nome de uma sex shop entre os patrocinadores e com a camisa em uma cor peculiar: marrom. Um de seus símbolos é a bandeira pirata. O St. Pauli pode não lutar pelo título alemão, mas brilha por ser a equipe mais alternativa do mundo. O time, que voltou nesta temporada à primeira divisão, tenta se firmar na elite. A tarefa tem sido árdua: o St. Pauli ocupa a 13ª posição com 28 pontos, três acima da zona de rebaixamento.
O time de Hamburgo tem uma série de peculiaridades que o fizeram ganhar a simpatia de milhões de fãs não apenas na Alemanha. Em sua última “peripécia”, o St. Pauli teve um jogador especial relacionado para enfrentar o Hannover 96, no fim de fevereiro. Hauke Brückner, assessor de imprensa do clube, ficou no banco de reservas. O jornalista, de 30 anos, já havia defendido o time em dez partidas na temporada 2002/03, quando o St. Pauli estava na segunda divisão alemã. Conheça mais algumas curiosidades sobre o St. Pauli:

EX-PRESIDENTE ASSUMIDAMENTE GAY

Corny Littman presidiu o St. Pauli entre 2002 e 2010. Diretor teatral, ele é declaradamente gay, o que ilustra um ponto forte do clube: seu caráter contrário a qualquer forma de discriminação. Os torcedores da equipe abominam todo tipo de racismo, sexismo, xenofobia e homofobia. Outro exemplo deste comportamento foi a remoção de um anúncio de uma revista masculina do estádio, pois foi considerado ofensivo às mulheres.

UNIFORME COM PATROCÍNIO DE SEX SHOP

A sede do St. Pauli se localiza na região de Reeperbahn, área da cidade de Hamburgo na qual se localizam boates e casas de prostituição. O clube não poderia perder a oportunidade para faturar em cima disso. A diretoria fechou um contrato com a Orion, uma das lojas de artigos eróticos mais conhecida do mundo. Para comemorar o retorno do time à primeira divisão, o sex shop fabricou 20 mil camisinhas com o escudo do St. Pauli.

UMA TORCIDA FANÁTICA E POLITIZADA

Os torcedores do St. Pauli fazem questão de exibir sua posição política, alinhada à esquerda. Estima-se que o clube tenha cerca de 11 milhões de sócios na Alemanha. A fama da equipe de Hamburgo se espalhou pelo mundo: hoje, há em torno de 500 fãs clubes do St. Pauli fora do país. A paixão da torcida também se mede no estádio. Quando o St. Pauli estava na terceira divisão, o clube tinha uma média de 15 mil torcedores por partida como mandante - contra 200 da média geral do torneio.

BANDEIRA PIRATA COMO SÍMBOLO

Force um pouco sua memória e tente se lembrar de algum time cujo uniforme tem o marrom como a cor principal. Além da peculiaridade em sua camisa, o St. Pauli tem como símbolo extraoficial a bandeira pirata. Em 2009, após marcar um gol contra o Hansa Rostock, Deniz Naki fez a festa da torcida ao fazer um sinal de que cortaria o pescoço dos adversários. A identificação com o símbolo foi completada no fim da partida, quando ele fincou uma bandeira do St. Pauli no gramado.

LIGAÇÃO PRÓXIMA ENTRE CLUBE E MÚSICA

Não seria um exagero dizer que o St. Pauli joga por música. Quando o time entra em campo no estádio Millerntor, nada de hinos; pelos alto-falantes, ouve-se Hells Bells, do AC/DC (foto). Se a equipe da casa faz um gol, a música Song#2, do Blur, anima a torcida. A ligação do clube de Hamburgo com a música vai além. Diversas bandas se mostraram simpatizantes do St. Pauli, como Bad Religion, Asian Dub Foundation e Turbonegro, e até compuseram canções sobre a equipe.
 
No final dos anos 70 os neonazistas, de forma similar a outros países (especialmente na Inglaterra), começam a se infiltrar nos estádios de futebol de Hamburgo, que até então não tinha nenhum caráter político, tomando em pouco tempo o controle dos estádios graças a sua grande organização. A partir de então eles começam a se situar no "Bloco E" da Curva Norte, por esse motivo muitos torcedores deixam de ir aos estádios. Essas organizações fascistas, que ainda hoje continuam na ativa (como "FAP", "NF" ou o mais velho partido nazista alemão "NDP"), eram capazes de criarem torcidas organizadas de caráter neonazista como os "Borussenfront" em Dormunt ou os "Hertafrösche" em Berlim. Muitos dos importantes líderes destes grupos eram militantes de partidos neonazistas. Suas zines, bandeiras e outros materiais eram dessa mesma influência política, assim como os hinos que cantavam nos estádios. Não tardou para a polícia interceptar, nesse mesmo ano, uma circular interna escrita pelo líder nazista Michael Kühnen, na qual dizia que "o futebol devia ser um campo de captação de recrutas para o movimento nazista alemão".

Por outro lado, ao norte da cidade, no bairro de St. Pauli, dar-se início a uma série de acontecimentos significativos para a história do bairro: os "squatters" se multiplicam em muito pouco tempo e as baixas rendas que pagavam pelos tetos fazem com que a maioria dos habitantes da esquerda de Hamburgo se desloque para o bairro de St. Pauli, trazendo consigo, claro, um aumento no número de espectadores do Millentorn (estádio do St. Pauli) que até então não superava os 2000 afiliados.

O FC St. Pauli sempre foi uma equipe modesta, limitando-se apenas a jogar na Bundesliga, e quase sempre jogou na segunda e terceira divisão alemã. Seu estádio, o Millentorn, conta com uma capacidade de 21000 espectadores. Por volta de 1985 começa-se a notar esse crescimento na torcida do St. Pauli. Em apenas um ano a equipe começou a dobrar o número de sócios, passando para 4000 afiliados. Já em 1989 começam a se organizar de um modo mais efetivo os primeiros grupos de torcida do St. Pauli. Em 1991 editam um vídeo sobre eles mesmos em sua passagem pela Bundesliga, feito que voltariam a realizar em 1997. Também começam a organizar seu meio de comunicação próprio, o famoso "Millentorn Roar!", que atualmente tem uma tiragem de mais de 30000 números, tornando-se assim a revista de torcidas com maior tiragens do mundo.
Mas não avancemos tanto, pois como já dissemos, pouco a pouco a massa do St. Pauli vai aumentando, chamando a atenção da extrema-direita. Em 1988 após uma disputa entre Alemanha e Holanda em Hamburgo, alguns fascistas decidem, para celebrar a vitória da seleção alemã, acabar com a Haffenstrabe, conjunto de okupas situada em St. Pauli. A resposta do bairro é incrível: avançaram em fúria contra os fascistas, confrontando-se fisicamente com eles; os nazistas sofreram numerosas perdas. Depois deste fato, mais e mais antifascistas uniram-se à torcida do St. Pauli. Porém, neste momento, o verdadeiro motivo de sua organização foi para lutar contra os projetos mesquinhos da diretoria do clube, que queria transformar o St. Pauli em um "time grande" à custa da população. Eles planejaram um mega-projeto esportivo que necessitava, como infra-estrutura, milhões de marcos... um estádio novo, um centro comercial, uma cidade esportiva...
 Enfim, isto supunha o encarecimento do preço dos tetos, o desalojamento das casas okupas, maior controle policial na zona, aburguesamento do bairro etc., e as torcidas do St. Pauli se organizaram para impedir este projeto. Foram ao estádio e fizeram uma série de manifestações, agitando cartazes e bandeiras. O clube então cedeu e as coisas ficaram como estavam. Era a segunda grande vitória, em tão pouco tempo, ganhada pela torcida do St. Pauli, esse foi o verdadeiro começo do que viria depois: deslocamentos de milhares de torcidas organizadas para ver o St. Pauli jogar por toda a Alemanha, o reconhecimento das torcidas estrangeiras (Celtic Glasgow, Athletic de Bilbao etc.) e a perplexidade dos meios de comunicação pela "estranha" torcida do St. Pauli (comunistas, anarquistas e antifascistas em geral), pelas bandeiras de Che tremulando no Estádio de Millentorn e pelos hinos antifascistas cantados por toda a sua torcida. O movimento contra-cultural também se fez presente: punks e skinheads antifascistas prestaram toda a sua solidariedade ao time do St. Pauli, formando inclusive algumas torcidas organizadas.
No início dos anos 90 torcedores antifascistas começaram a se organizar em torno do St. Pauli, surgindo assim o primeiro deles: o "St. Pauli Fans". Nesse mesmo ano, surgiu também o "St. Paulianer", que era uma torcida organizada que agrupava todo o tipo de juventude antifascista, contendo em suas fileiras um grande número de skinheads libertários, Redskins e SHARP. Sobre esta torcida ocorreu um fato curioso no final dos anos 90, quando os torcedores do "St. Paulianer" foram a Nuremberg, assistir à partida de seu time, se confrontaram fisicamente com os fascistas. A imprensa e as pessoas leigas ficaram completamente surpreendidas ao ver uma "encarniçada briga de rua entre skinheads de esquerda contra skinheads de direita". Existia também uma outra torcida denominada "BAFF" (Bündnis Antifas chistischer FusballFans). Entretanto, como já dissemos, o St. Pauli também contava com um grupo de torcedores fascistas que faziam manifestações políticas dentro do Estádio de Millentorn. Em todos os campos que iam, os neonazistas se mobilizavam para enfrentar os torcedores do St. Pauli. Mas a união entre as torcidas antifascistas do St. Pauli resultou na vitória final contra o eixo nazista. As brigas foram continuas e selvagens, mas no final de tudo as torcidas organizadas do St. Pauli limparam seu estádio da sujeira nazi-fascista, os expulsando dali no tapa (a única linguagem que esses fulanos conhecem). Também são famosos seus confrontos com os fascistas de Hamburgo, Berlim e Borussia Dortmund. Seu reflexo em outras torcidas alemãs é incrível, seguiram seus exemplos outras torcidas como as do Schalke 04, Kaiserlauntern e Mainz.
Enfim, a ideologia no seio do St. Pauli, tanto dos torcedores como da própria equipe, é o antifascismo. Foram os primeiros a organizar partidas contra o racismo, convidando imigrantes a participar. Até pouco tempo, a torcida e a equipe protestaram contra a guerra dos EUA no Iraque, levantando faixas com os dizeres: "FUCK THE WAR!". Atualmente, o St. Pauli conta com dezenas de grupos organizados que animam regularmente a equipe (todos eles antifascistas, claro!) distribuídos entre a Curva Norte e a "Gegengerade", que é a parte do estádio situada em frente à tribuna central. Todos eles animam de pé os 90 minutos da partida. Seu lugar de encontro é o ?Fanlanden?, uma espécie de lugar clandestino onde se reúnem todas as torcidas do St. Pauli, e onde se distribuem material do grupo e da equipe, elaboram a fanzine, reúnem bandeiras, discutem futebol e política e, naturalmente, tomam algumas cervejas. Também tem um programa de rádio próprio onde retransmitem diretamente todas as partidas que o St. Pauli joga fora de casa.Ficam aqui os mais sinceros parabéns a torcida e o clube, pelo acesso conseguido e fazemos votos que mantenham sua postura e atitude, que não façam concessões e muito menos abaixem a cabeça pra quem quer que seja por estarem na primeira divisão e que continuem sendo mais uma "organização" da luta anticapitalista nos tempos de hoje.

22 de agosto de 2012

Casa de Passagem: Como Vai Funcionar, Darlene?

Até o final do mês de novembro, Bauru contará com duas residências inclusivas, serviço cofinanciado pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) que acolherá deficientes dependentes em situação vulnerável. No total, o programa contemplará o município com duas “casas especiais”: uma com 10 vagas para mulheres e outra com 10 vagas para homens (idade a partir de 18 anos).
A cidade de Bauru foi contemplada junto de outros cinco municípios: Cascavel e Ponta Grossa (Paraná), São José (Santa Catarina), João Pessoa (Paraíba) e Campo Grande (Mato Grosso do Sul). Como cofinanciador do projeto, o MDS contribui com R$ 10 mil mensais. Já o governo estadual deve complementar a renda com 50% deste valor, ou seja, R$ 5 mil.
A secretária do Bem-Estar Social, Darlene Tendolo (sic), fala que a Prefeitura Municipal também contribuirá, assim como já faz para as duas residências inclusivas existentes em Bauru, com apoio da Apae. “Atualmente a prefeitura contribui com R$ 21.926,06 mensais porque este projeto já existe aqui. Conseguimos quando o Lar Escola Rafael Maurício foi fechado”.
Quando houve oportunidade do município se candidatar ao aceite do MDS, a cidade já mostrava experiência por ter sido pioneira no serviço. “Esse recurso já existia por conta do acolhimento dos deficientes do Lar Escola Rafael Maurício. Quando ‘abriu’ o aceite para este projeto-piloto, a Sebes se candidatou e a nossa prática técnica se destacou dentre as demais cidades”.
Assim como o trabalho já existente com apoio da equipe técnica da Apae, as novas residências inclusivas oferecerão atendimento integral a jovens (a partir de 18 anos) e adultos com deficiência. A prioridade será para aqueles em situação de dependência, ou seja, que não conseguem realizar tarefas básicas sozinhos como comer ou tomar banho.
“Os novos candidatos serão os que estão em situação vulnerável, que vivem nas ruas, sem nenhum ou com pequeno vínculo familiar. Na próxima semana faremos um chamamento público para as entidades se candidatarem. Elas oferecerão toda a equipe especializada para cuidar destes deficientes, como a Apae já faz. As residências serão alugadas, com todo o conforto”.
Todo este trabalho social das equipes técnicas tem como objetivo principal fortalecer os vínculos familiares e comunitários, buscando sempre a reintegração à família. As residências devem estar funcionando até o fim de novembro. Serão locais comuns sem qualquer placa indicativa. Até o final deste ano, o MDS pretende instalar um total de 40 residências como esta em todo o País. Outras 80 estão previstas para 2013, bem como para o ano seguinte. A meta do governo federal é instalar 200 unidades deste tipo até 2014.Atualmente, 26 deficientes (15 homens e 11 mulheres), divididos em duas residências, passam parte do seu dia na Apae e o restante no serviço de acolhimento. Ao adentrar ao local, nota-se uma residência comum, espaçosa e aconchegante.Ou seja, esperamos que tal idéia venha para colaborar ainda mais com os nossos deficientes, que merecem tal presente, mas precisa-se, com todo o respeito, explicar em detalhes, ou melhor, nos seus pormenores, em uma atividade explicativa, como essa Casa funcionará, para que nossos deficientes possam conhecer o seu funcionamento, tudo bem, secretária Darlene? Fica aqui a sugestão!

22 de maio de 2012

A Carapuça Serviu, Né,Xuxa?

A apresentadora Xuxa discute sexo, pede para os assistentes tirarem peças das roupas e ainda promove namoro entre os convidados. O Planeta Xuxa teoricamente voltado para o público infantil, traz alguns atrativos típicos de alguns programas pornográficos exibidos nas madrugadas pela CNT e pela Bandeirantes ." Num horário infanto-juvenil e familiar, domingo 13h, 14h, Xuxa "chega ao cúmulo de questionar posições sexuais que os entrevistados mais apreciam. Outro exemplo de perversidade do programa é a explosão erótica desnecessária dos ajudantes de palco de Xuxa. Como se fosse um filme erótico, ela pessoalmente despe algumas das peças dos sarados paquitos, para delírio do público...pois vamos aos fatos, Xuxa

Você, Xuxa parece não ter consciência de sua importância na televisão... sua preocupação é exaltar o glamour, um mundo de sonhos, que na verdade é de difícil acesso ao grande público." Sem dúvida, ela não tem consciência de sua importância na televisão e nem preparo intelectual para discutir assuntos sérios ou entrevistar pessoas sérias. E por isso você faz muito mal ao povo brasileiro há uma porrada de anos. Vamos aos fatos: 

Maria da Graça Meneghel Xuxa apareceu no final dos anos 70 no Rio de Janeiro, sem qualquer formação profissional e educacional, como modelo em campeonatos de surf e boates da moda da época. Em 1979/80, ela teve a sorte de conhecer o tal de Edson Arantes do Nascimento, Pelé, que na ocasião vivia um mundo de sonhos. Pelé tinha encerrado a carreira de jogador de futebol no Cosmos de New York, cheio da grana e solteiro, caía na gandaia em São Paulo e Rio. Num desses inferninhos cariocas Pelé conheceu você. Namoraram durante dois anos. Pelé te levou para um patamar acima da fila de espera nas boates (o chamado "sereninho" para quem não tem status, espere na calçada para entrar) e introduziu-a ao mundo das revistas e filmes pornográficos.

Você, Xuxa, inocente aos seus 19, 20 anos, caiu direitinho. Tirou a roupa no cinema e nas revistas, deitou, rolou e caiu na farra. Um belo dia, algum produtor de televisão mais esperto te convidou para apresentar um programa infantil de televisão na Rede Manchete. Você topou, foi bem e anos depois passou a trabalhar na poderosa Rede Globo. Muito bem. Ou melhor, muito mal. Foi aí que toda uma geração de jovens brasileiros foi pra cucuia.

Crianças de 4 a 17 anos em meados dos anos 80 simplesmente desistiram da escola. O mundo mudou aqui no Brasil. Como eu disse no começo, garotas e garotos dos anos 60 e 70 foram educados lendo, conversando, discutindo assuntos. A partir dos anos 80, a molecada passou a ser criada vendo televisão. Ou por que os pais trabalhavam e a melhor babá era a telinha, ou porque os pirralhos preferiam ver TV a ler uma revistinha ou um livrinho. E Xuxa colaborou muito para isso, mostrando durante quase duas décadas um mundo de fantasia para as crianças, que cativava e ensinava absolutamente nada.

Tudo para aumentar o faturamento da emissora (nessa época descobriram essa fatia consumista infantil e juvenil) e aumentar também a fortuna pessoal da loira. Milhões de horas foram desperdiçadas em frente a TV. Pior, outras loiras e morenas de igual ou inferior valor a Xuxa apareceram na TV, sempre destacando brincadeiras e ensinamentos de gosto e utilidades duvidosos. Xuxa criou um mundo diferente. Meninos e meninas assistiam regularmente seus programas, disputando quem sabia mais sobre os mesmos.


O mal que a Xuxa fez para uma geração inteira, meninos e meninas que hoje têm entre 14 e 34 anos mais ou menos, é irreparável. Ela os tirou do mundo maravilhoso dos livros, da cultura, da escola (é claro que as crianças iam e ainda vão à aula, mas é mero cumprimento de dever) para se tornarem verdadeiros fanáticos adoradores do mundo irreal de Xuxa e suas paquitas.

Já é tão difícil para os pais insistir com seus filhos para estudar, fazer a lição de casa, freqüentar a escola regularmente, imaginem lutar contra um formador de opinião poderoso como a Xuxa e outras animadoras de palco infantis. As crianças que iam a escola pela manhã, muitas vezes faltavam para assistir ao programa da Xuxa. Ou então gravavam pela manhã para poderem se divertir à tarde. As crianças que estudavam à tarde, não faziam as tarefas de manhã e tampouco liam alguma coisa. O leitor amigo duvida disso?

Faça uma pesquisa, como eu fiz, entre familiares, amigos, ou pergunte no seu local de trabalho para um desses jovens de 14 a 34 anos (mais ou menos) quem foi Balzac, Machado de Assis ou Monteiro Lobato. Pergunte para os mesmos se eles sabem quem foi Mozart, Beethoven, ou mesmo Rembrandt, Renoir, Tarsila do Amaral. Muito difícil ? Vamos facilitar. Pergunte para as atuais gerações se eles sabem o que é uma paroxítona, ou quais são os 4 pontos cardeais, ou ainda qual a capital da Bolívia.

Dia desses num desses programas de auditório, três artistas cantores e bailarinas de axé e pagode tentaram responder a essas perguntas. Sobre paroxítona a bailarina de uns 25 anos respondeu "é um remédio novo?" Para os 4 pontos cardeais o sambista (uns 29, 30 anos) disse que eram frente, verso, traseiro e dianteiro. E sobre capital da Bolívia o sujeito respondeu que era "Venezuela". O apresentador ficou com a cara no chão.

Tenho ouvido em pesquisas no rádio, TV e jornais, que adolescentes na faculdade escrevem "profição" ao invés de profissão e "séquiço" ao invés de sexo.

O resultado da doutrinação da Xuxa nos "baixinhos" dos anos 80 e 90 não têm limites. Pessoas na TV respondem as maiores besteiras da paróquia sobre qualquer assunto. Não creio que a cultura seja tão fundamental assim para o bem viver, talvez honestidade, boa educação estejam um passinho à frente. Mas a falta de leitura, de uma boa educação cultural prejudica o próprio sujeito, limitando suas possibilidades escolares e profissionais, afetando seu desenvolvimento junto a comunidade e segurando o desenvolvimento do País.

Xuxa, você, com muito prazer, não é a única responsável por escolas e professores medíocres. Mas ela contribuiu fundamentalmente para a criação de uma geração que vive de fantasia, de sonhos que não serão realizados, uma geração que só quer saber de um monte de porcarias, sem responsabilidade, sem objetivos sérios. O leitor desse blog já tentou conversar com alguma dessas meninas e meninos de telemarketing, por exemplo, de uma empresa qualquer? É um sofrimento. São pessoas despreparadas, arrogantes, parecendo muitas vezes com a gravação que sempre iniciam as ligações.

Gostaria de acrescentar ao brilhante artigo do Leandro Calixto, que você tentou a vida com seus programas nos EUA. Não funcionou, foi quase expulsa de lá, porque para os padrões infanto-juvenis americanos, você era completamente indecente, pornográfica. No Chile eles te  reconhecem como a "rainha dos grandinhos" pois é sexy demais para os meninos. Na Argentina também não colou.

E por último, o pior dos seus exemplos, sua ex-atriz pornô e modelo de revistas de mulher pelada, foi a aquisição do sêmen de um bonitão, que era "saudável o suficiente" para gerar um filho com você, e depois o dispensou, assim como os familiares do pobre coitado. Belo exemplo para as crianças, para as famílias, para a formação de um País civilizado, sua vagabunda. Quem aprova as tuas atitudes, Xuxa, não pode falar nada das milhares de mães solteiras (contra a própria vontade) e dos meninos de rua abandonados pelo Brasil afora, e muito menos vir a público cacarejar que foi abusada sexualmente, como você fez no último domingo no Fantástico.(traduzindo: quem procura chifre na cabeça de cavalo , uma hora acha, e você achou o seu!) Você, Xuxa, infelizmente, mandou uma geração pro espaço, formando uma legião de fanáticos ingênuos e aculturados. Em qualquer país sério, você estaria na cadeia.

Legalização Das Drogas Uma Ova, Queremos Emprego,Educação,Saúde, Diversão e Arte!!

Atualmente a juventude, sobretudo nas periferias, vive uma situação caótica, onde o capitalismo não lhes reserva nenhum futuro além de alienação, desemprego, dependência às drogas, criminalidade, cadeia e morte.
Lamentavelmente algumas organizações populares, de juventude ou dos trabalhadores defendem a legalização do uso de drogas, como se essa fosse a solução para os problemas que a juventude enfrenta. Muitas vezes até associando o uso de drogas à rebeldia juvenil. No nosso entendimento essa posição deve ser revista e não há nada de revolucionário em fumar maconha.
Não afirmamos isso sobre uma base moralista, religiosa ou de bons costumes, mas partindo da premissa que as drogas são instrumento de alienação e destruição da juventude e trabalhadores e servem para financiar o imperialismo, a indústria bélica, corrupção, lavagem de dinheiro, violência policial, e a matança de nossa juventude.
Por isso nós do Boteco do Valente não tomamos parte nas tais marchas da maconha. Para nós, no capitalismo, as drogas exercem um papel fundamental de destruição física, mental e da vida social da classe trabalhadora, em especial a juventude.
Dessa forma o imperialismo facilita o acesso e incentiva o uso de drogas por 3 razões principais:
1ª – O tráfico mundial de drogas é bastante lucrativo, gerando cerca de 300 a 500 bilhões de dólares anualmente, o que faz das drogas um elemento importante para salvar as economias, ainda mais nesses tempos de crise;
2ª – As drogas são eficazes para alienar a juventude, afastando-a artificialmente da realidade, da discussão política e da luta pelas suas reivindicações, sendo também um instrumento de criminalização e dissolução dos movimentos sociais (respectivamente, a exemplo do caso da USP recentemente e do Partido Panteras Negras, nos EUA, que foi destroçado pela enxurrada de drogas somadas à forte repressão policial);
3ª – O envolvimento de jovens com o uso e/ou tráfico de drogas gera um número incontável de mortes violentas, são jovens da classe trabalhadora (maior parcela negros) que não tem acesso garantido a educação, emprego entre outros direitos sociais que são as principais vitimas desse massacre.
Acabar com a guerra as drogas? O que está por trás desse discurso?
‘De tanto se repetir uma mentira, ela acaba se transformando em verdade’, assim falou Joseph Goebbels, ministro da propaganda nazista, e é essa cartilha que a direita brasileira até hoje segue aplicando. Isso fica explícito no filme ‘Quebrando o Tabu’, onde o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), num gesto de uma baita falta de cérebro, faz um giro pelo mundo mostrando o suposto ‘sucesso’ da ‘nova política de drogas’, nos países que descriminalizaram ou legalizaram o uso e comercialização da maconha. Curiosamente todos esses países enfrentam a profunda crise do sistema capitalista, e seus governos fazem de tudo para impedir que trabalhadores e jovens resistam, aplicam planos de austeridade que destroem empregos e reduzem salários, mas nesse quesito teriam sido “democráticos e libertários”. Quem pode acreditar no conteúdo social desse “sucesso”? E quem foi e quem é FHC, esse moleque, mesmo?
Quando esse bandido foi presidente do Brasil, precarizou a educação, saúde, destruiu serviços públicos, empregos, privatizou dezenas de estatais tudo em nome do benefício das multinacionais e do capital estrangeiro. Daí de uma hora para outra,  surgiu com uma conversinha fiada de estar  preocupado com a juventude, afirmando que a ‘política proibicionista é atrasada’ e que é preciso ‘quebrar o tabu’ e legalizar. Ao nosso ver, não há ação sem intenção. A intenção dele (ele não engana ninguém aqui no Boteco todo mundo sabe ler, malandro!) é clara: ele, junto com outros inimigos da classe trabalhadora, fizeram as contas, percebendo o quanto eles podem lucrar organizando a venda legalizada da maconha.
Bill Clinton (ex-presidente do EUA), FHC, o megaespeculador George soros e tantos outros defensores da causa afirmam em uníssono que ‘a política de guerra às drogas fracassou’.Isso já virou um dos principais slogans da marcha da maconha. Como se existisse uma política de verdadeiro combate às drogas!
O que existe é uma política de repressão localizada, onde o estado só investe em armamento para a policia que utiliza o argumento de combate ao tráfico para agir violentamente nas periferias.
Nesse sentido a politica de “guerra às drogas” que deveria se chamar guerra ao povo e que camufla na realidade o genocídio da juventude negra e da periferia é, do ponto de vista do imperialismo e da burguesia, um sucesso. E certamente deve ser combatida! Mas nunca houve uma verdadeira politica de combate às drogas.
Uma verdadeira política de combate às drogas, só pode ser feita com investimento em educação, empregos, reforma agrária, saúde, lazer, saneamento, cultura, esporte etc; O estado deveria garantir condições de assistência e escoamento da produção para que o pequeno agricultor plante alimentos ao invés de plantar droga para sobreviver;
As fronteiras deveriam ser fiscalizadas de fato, os portos, as rodovias, impedindo que a droga entre no país; Seria necessário quebrar o sigilo bancário, pois anualmente bilhões são lavados e injetados na economia mundial às custas de milhares de mortes da classe trabalhadora.
Os defensores da legalização argumentam:
Com a legalização serão cobrado impostos e o dinheiro será investido em clinicas de saúde para os usuários’.
Quem garante isso? Esse fulano? O grande privatizador queridinho do FMI que chamou os aposentados de vagabundos? Que criou a lei que regulamenta as Organizações Sociais (OS’s) que é uma forma de privatizar a saúde no Brasil? Sinceramente não acreditamos. Nem tampouco é necessário legalizar a maconha para melhorar nossos hospitais e garantir que a população brasileira tenha um sistema de saúde de qualidade. É necessário romper com a divida e os banqueiros que sugam nossos recursos, para aplicar nos serviços públicos. Os centros de tratamento para usuários que existem em pequena quantidade não precisam de dinheiro de impostos de drogas para serem ampliados.
‘A legalização acabará com o tráfico, crime organizado e cartéis da droga e em consequência, com a repressão aos jovens na periferia’
Não concordamos! É obvio que existe uma relação muito próxima entre os cartéis das drogas com banqueiros, especuladores, policia, políticos e toda a corja que acoberta e garante que drogas e armas possam chegar nas comunidades pobres do Brasil. Afinal de contas, nas favelas não tem fábricas de armas, ou plantações de drogas. No filme quebrando o Tabu, o doutor em cinismo FHC, fala como se não existisse essa relação entre as autoridades, os cartéis da droga e traficantes dos morros. A polícia muitas vezes age como ‘reguladora de mercado’ apreendendo e liberando certas quantidades de drogas seja nas rodovias ou até nas favelas.
Mesmo que supostamente a maconha seja comercializada de forma “legal”, o tráfico não vai ‘quebrar’. Ele continuará existindo e se não vendendo prioritariamente a maconha, venderá outras drogas mais pesadas. Aliás, basta ver como funciona o comércio e produção de armas. Mais lucrativo que a droga, ele é legalizado. Isso no entanto não impede o tráfico de armas por todo o mundo, fazendo render bilhões a grandes empresários, que agem como verdadeiros abutres e lavam dinheiro para injetar no mercado “Legalizado” sem pagar impostos.
Enquanto isso os jovens da periferia continuam sendo reprimidos, com a droga legalizada ou não. A droga é apenas um meio, e bem eficiente por sinal, da destruição dos jovens na periferia pela burguesia, que quer oprimir, para continuar explorando mão de obra barata e impedindo que os jovens se organizem, resistam e lutem para mudar sua realidade. O tráfico continuaria existindo e outros elementos seriam criados para tentar justificar a injustificável repressão e genocídio de jovens. O único caminho para combater isso é exigindo serviços públicos, emprego, educação, saúde, lazer e acabar com policia militarizada herdada do período da ditadura, treinada para a guerra ao invés de segurança publica!
“Mas o Alcool é legalizado. Porque o álcool pode e a maconha não?”
O álcool faz mal. Indiscutivel. “Ele faz tão mal ou mais mal que a maconha”. Pode ser. O fato é que o problema do alcoolismo no país é sério, é responsável por grande parte dos problemas de violência doméstica, por mortes em acidentes de trânsito e outros problemas. Mas nós não somos adeptos da filosofia de o que está ruim pode piorar. Não é porque o álcool é legalizado que temos que defender a legalização de mais uma droga. Qualquer um sabe que um jovem pode comprar álcool em qualquer esquina do país. E que esse fácil acesso é responsável por criar um alto numero de viciados em álcool que ainda jovens se tornam alcoólatras.
Não somos hipócritas. Há provavelmente entre nós militantes que utilizam álcool. Esse é o resultado da contradição da sociedade em que vivemos e de anos de implantação do álcool na cultura do país. Mas não somos defensores do álcool como droga, nem ficamos vangloriando seus possíveis valores medicinais (argumento comumente utilizado pra defender o uso da maconha). Ao contrário, reconhecemos no álcool uma droga, utilizada inclusive para alienar e controlar o povo. Mas reconhecemos na maconha outra droga e não caímos no argumento tosco de que já que um é legalizado, esse ou todos devem ser.
“A maconha não é porta de entrada para outras drogas.”
Sabemos que o álcool e o cigarro são as portas iniciais ao uso de drogas, propiciando ao uso de outras substancias ilegais. A droga causa problemas diferentes de acordo com o meio social na qual é utilizada. Nas periferias, a maconha é a porta de entrada para outras drogas mais pesadas a exemplo do crack e cocaína. Mesmo não tendo pesquisas específicas que falem sobre isso, sabemos que a maioria dos jovens que hoje usam crack iniciaram na maconha. Fumando primeiramente a maconha, em seguida maconha misturada com crack (popularmente chamado de mesclado ou melado). Na falta da maconha (que é mais difícil de encontrar nas ruas), e pelo crack ter um forte poder de viciar, o usuário termina usando só o crack, tornando-se um escravo da droga e morrendo por conta de pequenas dividas com traficantes ou pela repressão policial. E nem é preciso dizer o estrago que o crack vem fazendo na juventude.
Nem repressão nem Legalização! Queremos emprego, educação, diversão e arte!
As drogas são um meio de alienar os jovens e os trabalhadores, faze-los esquecer, tentar atenuar a exploração sob a qual eles estão submetidos, quando o que precisamos é de jovens conscientes para lutar contra o sistema! E a droga é usada como desculpa para por em prática a repressão e o genocídio da juventude nas periferias, levado a cabo pela policia militarizada, herança da ditadura militar. A juventude não precisa de drogas! O que a juventude precisa é de ver suas reivindicações atendidas. Por isso chega de poder público e sociedade civil, ficar feito cachorro e gato trocando gentilezas como duas comadres na feira, e tratem de levantar juntos, para o bem de nossa cidade, a seguinte bandeira: nem repressão, nem legalização! Queremos emprego, educação diversão e arte!

Cachoeira, CPMI e Boca Aberta: Quem Tem....Tem Medo!

O empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, compareceu nesta terça-feira (22) à CPI que investiga as ligações que manteve com políticos e empresários, e logo no início de seu depoimento anunciou que não falará nada à comissão.

"Estou aqui como manda a lei para responder o que for necessário, e constitucional mente eu fui advertido pelos advogados para não dizer nada", afirmo. "Eu não falarei nada aqui, somente depois da audiência que nós vamos ter no juiz que, se por ventura achar que eu deva contribuir, pode me chamar que eu virei para falar, OK?", acrescentou. Cachoeira, preso desde fevereiro acusado de comandar uma rede de jogos ilegais, motivou a CPI mista instalada no mês passado e seu depoimento estava sendo aguardado desde a semana passada.

O empresário deveria ter ido à CPI no dia 15, mas seu depoimento foi suspenso após decisão liminar do Supremo Tribunal Federal (STF), que atendeu a um pedido da defesa que argumentou não ter tido acesso ao material sobre Cachoeira. O empresário, se cagando de medo, anunciou que não falaria atendendo a orientações de seus advogados.

A CPI do bicheiro Carlos Cachoeira mal começou e já teve seu fim “decretado” por antecipação. Em sua sessão plenária do dia 17/05, a CPI deliberou por não convocar os principais protagonistas da nutrida teia de corrupção estatal, que tem na figura do bicheiro goiano apenas um ponto de intercessão. Não foram aprovadas as convocações dos três governadores publicamente implicados (RJ, GO e DF), tampouco o “dono” da empreiteira Delta e o editor da revista VEJA (ambos cagando nas calças de medo!)  terão que comparecer a comissão de inquérito do congresso. Até aí nenhuma grande surpresa, pois até o próprio Cachoeira pode se livrar de prestar depoimento, protegido por uma chicana jurídica de seu poderoso advogado, o ex-ministro do governo Lula, Márcio Thomaz Bastos. Convocado somente a “raia miúda” a CPI vai cumprindo seu papel midiático distracionista, enquanto os tubarões da política burguesa vão “reposicionando” seus negócios com a venda da empreiteira Delta a um forte grupo econômico, curiosamente do ramo alimentício. Na verdade somente muito tolos poderiam crer que o foco do escândalo em torno da relação entre o bicheiro e o senador Demóstenes Torres fosse em função das “gorjetas” distribuídas com a arrecadação do jogo do bicho em Goiás.
Como a relação com as empreiteiras é o principal negócio contratado pelo estado brasileiro há muito tempo, a Delta rapidamente transformou- se em propriedade de um consórcio nacional de políticos burgueses, onde Fernando Cavendish era apenas um sócio gerente. Por isso mesmo sabe- se muito bem que não são apenas os “três patetas” governadores que tem ligação com as operações da Delta, a lista é muito maior e atinge até mesmo Dilma e seu primeiro escalão governamental . A suspensão dos contratos das obras da Delta pelo país afora foi uma exigência direta da própria presidência, para tentar “limpar” a empresa e repassá-la a outro proprietário formal enquanto baixa a poeira do escândalo. Potenciada com as obras da copa do mundo e olimpíadas, a Delta configurou- se como o “caixa dois” preferencial da política burguesa nacional e de outras empreiteiras menores, envolvendo até mesmo o dito “probo” PSOL, através do vereador Elias Vaz de Goiânia e o dirigente nacional Martiniano Cavalcante, dono de uma pequena construtora “parceira” da Delta na mesma cidade.
Outro embate que deve ser evitado a todo custo nos holofotes da CPI é a atual queda de braço entre a fração estatal que pretende “rifar” o ex-ministro José Dirceu e sua antourage petista e os neófitos da Dilma, que sonha com a “independência” política diante do aparelho Lulista. Como o Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, está encarregado de pedir a “cabeça” de Dirceu no julgamento do STF que se aproxima, o círculo petista do “campo majoritário” tratou logo de vincular a imagem de Gurgel com o suborno recebido para “arquivar” as investigações da Polícia Federal sobre a “ramificação” Cachoeira. A tendência política predominante nesta disputa inter-burguesa, que tem na CPI apenas a ponta do icebergue, é de mais um acordo geral entre as frações dominantes comprometidas até a medula com a corrupção estatal, podendo ser oferecida como “cachimbo da paz” a cabeça do enfraquecido Dirceu.
Desde quando essa putaria começou o bloco da  dita “oposição de esquerda” fazia demagogia “ética”, estando também emporcalhados, até o fundo de suas cuecas com a sujeira da Delta e do bicheiro Cachoeira. Agora diante da frustração é possível que muitos entusiastas da CPI venham a dizer que esta se transformou em um organismo “chapa branca”, para proteger as figuras mais sinistras deste regime da democracia dos ricos. O movimento operário mais avançado deve abstrair todas as lições da panaceia da institucionalidade burguesa, e romper com esta esquerda fedorenta que defende a “moralidade” de um estado burguês decomposto que não pode ser reformado, como pretendem estes senhores, e sim demolido violentamente pela ação consciente e revolucionária do proletariado, ou seja, se não houver um controle social na CPMI do Cachoeira, ficará difícil investigar e punir os bandidos do Planalto.  Enviem mensagens pra essa cambada de cornos, exigindo transparência nas sessões e documentos, nem que pra isso eles tenham que renunciar. Cumpram as leis 131/2009 e 12.527/2011.

Deputados

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jayme.campos@senador.gov.br
http://www.senado.gov.br/senadores/dinamico/paginst/senador4531a.asp

Alvaro Dias(PSDB)
alvarodias@senador.gov.br
http://www.senado.gov.br/senadores/dinamico/paginst/senador945a.asp

Cássio Cunha Lima(PSDB)
cassio@senador.gov.br
http://www.senado.gov.br/senadores/dinamico/paginst/senador5197a.asp

Fernando Collor(PTB)
fernando.collor@senador.gov.br
http://www.senado.gov.br/senadores/dinamico/paginst/senador4525a.asp

Vicentinho Alves(PR)
vicentinho.alves@senador.gov.br
http://www.senado.gov.br/senadores/dinamico/paginst/senador4763a.asp

Kátia Abreu
katia.abreu@senadora.gov.br
http://www.senado.gov.br/senadores/dinamico/paginst/senador1249a.asp

Lista oficial com os suplentes:
http://rl.senado.gov.br/reports/rwservlet?accor&report=accor/COMPCPMI.RDF&desformat=PDF&P_COD_COLEGIADO=1589&P_DATA=04/05/2012&P_TIP_PUBLICACAO=W

Envie para os endereços respectivos requerimento exigindo a oitiva do Civita. Ele precisa dizer à sociedade brasileira se autorizou o jornalista da Veja a se tornar membro da quadrilha do Cachoeira.